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  pensamentos.escritos.em.papel.de.pão.txt      Por vezes me pego dando atenção a detalhes que talvez pouca gente veja. Coisas supérfluas que muitas pessoas passam a vida sem sequer notar. Essa atenção, a atração aos detalhes me agrada de uma forma fascinante. Suponho que apenas gosto de usar meu tempo para notar as coisas pequenas, as coisas que muita gente não vê. Exemplos disso são: ver aviões no céu do dia e satélites no céu noturno, as bolhas de ar no copo de refrigerante, o vento batendo nas árvores e suas folhas caindo à sorte e ao caos, ou mesmo os pássaros voando num dia de céu azul.      Vou agora te contar um fato que talvez nunca fez parte dos seus pensamentos. Saiba que hoje é exatamente o dia que separa as duas metades desse ano. Até ontem, vivemos 182 dias de 2021, hoje é seu dia 183 e de amanhã para frente serão mais 182 dias até 2022. Esse é um dia único, que nos separa de tudo o que já vivemos daquilo que ainda viveremos. Pensemos nisso como se estivéssemos em pé na m
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     Haverá de chegar um dia em nossa vida que irá embora despercebido. Neste dúbio dia faremos algo, ou veremos aquela pessoa pela última vez em nossa vida. O mais insensato disso é que nós nunca quando ele acontecerá.      Por qualquer motivo, um dia tomaremos aquele último sorvete do mercado municipal, olharemos nos olhos daquela pessoa antes de ela partir, daremos um abraço num amigo que não voltará para nossas vidas, visitaremos aquele lugar favorito... pela última vez, ouviremos aquela música que gostávamos bastante e simplesmente não o faremos mais.      Sem razão, isso acontece diariamente em nossas vidas, e é algo tão anfêmero que nem nos damos conta. Só depois de algum tempo é que pensamos: "poxa, faz tempo que não faço tal coisa"; ou "faz tempo que não ouço tal música"; ou pior "poxa... nunca mais verei tal pessoa em vida".      De forma singular isso é uma coisa muito triste, visto que jamais saberemos quando será momento da despedida, ou quand

No meio do caminho

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         Quando me dei conta de que havia retomado consciência, pude apenas ouvir um som que parecia ser o vento batendo no topo das árvores. Não podia enxergar, mas um zumbido ressoava em minha mente. O que podia ter acontecido? Me falhava a memória.      Percebi estar de barriga para cima e a textura do mato me fez sentir que eu estava confortavelmente entorpecido deitado sobre uma vegetação capaz de cobrir o meu corpo por inteiro. Apalpei o campo em minha volta, tentando me levantar. Agora minha visão parecia dar sinais de retorno. Olhei para cima e um clarão branco fez meus olhos arderem. Fechei os olhos novamente e, de fundo, ouvi o barulho de um carro que se aproximava tão rápido quanto se afastava. Lembrei que também estávamos dentro de um carro. Devagar, abri os olhos e tentei me levantar enquanto sentia um formigamento na lateral esquerda de meu corpo. Olhei para minhas mãos e meus olhos viram sangue. De forma instantânea senti a dor de um graveto fincado na lateral da minha b